Primeiro Estádio
Com seis anos de vida, o Coritiba iniciaria seu primeiro plano de investimento patrimonial. Em 1915, os Sócios se reuniram e fizeram um empréstimo ao Clube no valor de 5 mil contos de réis, transformados em quinhentas ações destinadas aos participantes. Foi aproveitado um local dentro do Parque da Graciosa, de propriedade da família de Arthur Iwersen, que o cedeu para o Coritiba construir seu primeiro estádio.



De 25 de junho de 1917 até 15 de maio de 1927 ,o Clube mandou ali seus jogos. O estádio ficava no Juvevê, na Rua João Gualberto, entre a Rocha Pombo e Moisés Marcondes dos dias de hoje. No entanto o Coritiba queria construir em terreno próprio, provocando o desejo de Couto Pereira em dar um passo a frente na vida do Clube.

Através de um acordo com a família Iwersen, o local foi devolvido, ganhando ainda o Clube um ressarcimento pelas obras construídas, no valor de 13 mil contos de réis. Couto, mais João Viana Seiler, Pedro Nolasco Pizzatto, João Meister, Jocelyn de Sousa Lopes, Raul Lara, entre outros, atiraram-se à idéia e conseguiram achar uma área no Alto da Glória, pertencente a família de Nicolau Schaeffer, com 36.300 metros quadrados.

Mas além do dinheiro recebido da família Iwersen, havia um saldo junto a família Schaeffer, no valor de 35 mil contos de réis. E lá foram os coritibanos se socorrer na Caixa Econômica, conseguindo o que todos consideravam impossível: um empréstimo de 120 mil contos de réis. Pago o terreno, o saldo foi todo investido na construção do novo estádio.

E em 20 de novembro de 1932 era inaugurado o Belfort Duarte, com o jogo Coritiba 4×2 América.Um belíssimo estádio, de alvenaria e madeira, sem pilastras que atrapalhassem os torcedores, com o campo protegido por uma extensa cerca de arame, cedros circundando toda a propriedade, com duas quadras de tênis e mais tarde uma de basquete.

Em 1942, inauguraria uma novidade para todo o Paraná; iluminação artificial para jogos noturnos com o jogo Coritiba 4×2 Avaí, que reuniu governadores do Paraná e Santa Catarina, além de dirigentes da CBD e políticos dos dois estados. Foi o início da grandiosa obra que mais tarde tornou-se o Estádio Major Antonio Couto Pereira.


Couto Pereira
Em 1956 Aryon Cornelsen assumiu a presidência do Coritiba. Ex-jogador, advogado e empresário comercial, mas com uma inteligência acima da média para a criação de promoções e eventos.

Tendo ele recebido de um amigo curitibano que residia na Bahia um projeto de sorteios nos jogos, imediatamente o aprimorou e lançou na cidade. Era o Bolo Esportivo, que passou a ser a coqueluche da cidade. Outros clubes lançaram e fracassaram, só sobrevivendo o do Coritiba.

O time continuava campeão, não carecia de grandes investimentos, naquele semi-amadorismo da época. Mas a visão de Aryon era mais ampla: patrimônio. Pegou um projeto de seu irmão e maior arquiteto do Paraná, Ayrton Cornelsen, e implantou um novo estádio.

Foi derrubando o antigo e rodeou o velho com arquibancadas de cimento, inaugurando em 12 de outubro de 1958 a primeira parte da grandiosa obra. Recebeu uma ajuda prestimosa de seu pai, Emílio Cornelsen, que abandonou seus negócios e foi ser o feitor da construção, fiscalizando até os pregos que entravam e saíam na obra.

O Bolo Esportivo era uma realidade e todo o seu lucro era aplicado. Mas Aryon saiu em 63, foi reconstruir sua vida e o Clube passou por várias crises, deixando de ganhar campeonatos, até que apareceu Evangelino da Costa Neves e o assumiu. A obra ficara pela metade e os recursos sumiram. Foi aí que surgiu novamente a figura de Aryon Cornelsen, com novo e ampliado plano de sorteios de carros, casas, explodindo outra vez, só que agora em todo o Paraná. E o estádio começou a crescer novamente, surpreendendo a todos.

Sobrava inclusive dinheiro para armar grandes times, pois além da obra que as promoções do Aryon garantiam, os títulos voltavam a acontecer. E o estádio crescendo, contando para isso com uma contribuição decisiva dos Irmãos Mauad, também com uma maravilhosa participação para que hoje o orgulho coritibano fosse exposto perante à sociedade.